A liderança começa por um processo de autoconhecimento. Sem conseguirmos liderar-nos a nós mesmos, nunca conseguiremos liderar ninguém. Para isso, é fundamental iniciar o caminho do ‘conhece-te a ti mesmo’, aforismo inscrito no Templo de Apolo em Delfos (Grécia). E mais importante do que as metas que um líder se propõe atingir, é fundamental a acção de percorrer, com consciência elevada e etapa a etapa, todo o caminho. Para isso, é fundamental responder a algumas questões pertinentes: Quanto tempo estás contigo mesmo? Quanto tempo dedicas a observar-te, a compreender-te e a aceitar-te? Quantas vezes paraste para saberes qual deve ser o caminho? Para liderar-se a si mesmo é necessário ser consciente de tudo aquilo que ocorre no nosso interior. Essa consciência dará uma maior e melhor compreensão às questões para a vida: Quem sou eu? O que estou aqui a fazer e porquê? Para onde quero ir?
Num mundo no qual ‘nada é permanente, excepto a mudança’ (Heraclito) é fundamental que um líder se torne permanentemente consciente dos processos habituais da mente e das suas emoções e de como estas criam, em cada momento, a (sua) realidade. Durante o caminho, um líder deve perceber melhor os padrões inconscientes e padrões de crenças (limitadoras e/ou potenciadoras do seu comportamente) para que estas possam ser integradas e permitirem um efeito transformador num quadro de infinitas possibilidades. Deste modo, um líder mindful está dotada das capacidades e das competências indispensáveis para exercer a sua liderança: o propósito e a capacidade de estar mais atento, e ao prestar atenção plena, poder decidir com mais opções e com mais consciência.
Em empresas e organizações que estão em permanente adaptação, aos desafios e oportunidades diários, o líder deve ter a flexibilidade necessária para agir internamente (colaboradores e stakeholders) e externamente (parceiros). Com este desafio constante, o líder deve ser capaz de agir sempre com o sentido de visão e missão da empresa e/ou organização. Tendo em conta a definição de Daniel Goleman, a inteligência emocional é definida como ‘a capacidade em reconhecer as nossas emoções e as dos outros para com isso, podermos motivar-nos, gerirmos correctamente as nossas emoções e as que envolvem as nossas relações interpessoais.’ Um líder deve assim, integrar as competência fundamentais para uma correcta utilização da sua inteligência emocional: autoconsciência das suas emoções, empatia, autoconfiança, autocontrolo e capacidade de escuta activa.
Liderar em 3D é simplesmente compreender que somos a conjugação de três elementos fundamentais: corpo, emoções e mente. Estas três dimensões, apesar de comuns a todos os seres humanos, acontecem de forma diferente a cada um de nós (reagimos de forma diferente tendo em conta a base de cada um dos três elementos).
Normalmente os líderes definem ou seguem uma visão e uma missão. Apenas isto não chega. É necessário considerar outras dimensões que se relacionam com: Qual é o meu propósito como líder? Qual é a contribuição que pretendemos com a nossa liderança? Qual é o projecto que servimos e de que modo a nossa liderança contribui para a sua concretização? Mas ainda mais importante, é necessário responder à questão fundamental: Qual é o sentido profundo daquilo que estamos a liderar?
A conjugação de todos os elementos da Liderança 3D, com o propósito ou sentido da nossa liderança, permitem sair do piloto-automático da gestão do dia-a-dia e atingirmos uma quarta dimensão. Se soubermos o porquê e para quê que fazemos o que estamos a fazer, estamos sempre a contribuir para um projecto diferente e destacado. Em vez de construirmos um qualquer edifício estamos empenhados na construção de uma catedral!
Além de definir a visão, a missão e o propósito que pretendemos para a empresa e/ou organização, uma das responsabilidades fundamentais do líder deve ser a definição dos valores e princípios que devem guiar o comportamento de todos os colaboradores. A declaração de Valores pode ser denominada como princípios gerais ou código de ética ou conduta.
Um líder mindful é consciente dos seus próprios Valores e funciona com base neles. Somente dessa forma, pode liderar através dos Valores e manter uma coerência integral na empresa e/ou organização entre o que pensa, o que sente, o que diz e o que faz.
Somente desta forma é possível elevar os níveis de consciência de uma empresa e/ou organização para que esta possa fazer a diferença num mercado global e cada vez mais competitivo, assegurando que passa do nível básico da sobrevivência para o nível mais elevado de serviço à comunidade.